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A Teoria Geral dos Sistemas no Turismo- O Modelo SisTur

31 mar, 2023, Nenhum comentário
Introdução

Como profissional do turismo, é fundamental que você conheça o sistema turístico, segundo o modelo de referência desenvolvido pelo principal autor dessa teoria no Brasil: Mario Carlos Beni.

Neste modelo, denominado SISTUR, são tidos em conta os múltiplos elementos que determinam a implementação das atividades turísticas: as condições ambientais, a organização estrutural e as ações operacionais.
Neste artigo apresento a você os fundamentos da teoria geral dos sistemas. A formação do modelo de Referência do Sistema Turístico Brasileiro (SISTUR) proposto por Mario Carlos Beni.
Além dos grupos de elementos que compõem o SISTUR. 
Apresento também as interações entre esses três grupos de elementos, para que você comece a entender os subsistemas que compõem e influenciam o sistema SISTUR.


 Os conceitos da Teoria Geral do Sistema no contexto dos modelos de gestão e suas faculdades no turismo 

O turismo é exaustivamente estudado usando a abordagem da teoria geral dos sistemas. O pensamento sistêmico é utilizado porque nenhum problema ou situação é completamente simples e linear, pelo contrário, é BASTANTE complexo, ou seja, toda situação tem muitas causas e muitas consequências. Quanto mais causas e variáveis, mais complexo o problema ou situação. E o Turismo é um fenômeno complexo, pois lida com situações que vão desde fatores subjetivos como escolha, sentimentos e experiências do turista até fatores como os impactos psicológicos, sociais e de desenvolvimento dos locais visitados. 
A Teoria Geral dos sistemas na verdade surgiu graças aos estudos do biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy, na década de 1920, que percebeu que os animais vivos não eram estudados corretamente, a Biologia da época negligenciava a organização desses animais. As ciências se isolaram umas das outras, e foi preciso um método ou uma nova ciência para mostrar os problemas dessa isolação. Desta forma, estabeleceu a teoria geral dos sistemas cuja ideia principal baseava-se na interdependência das partes e na necessidade de tratamento complexo da realidade intrincada (PANOSSO, 2005)
Uma abordagem sistêmica busca soluções complexas para problemas complexos e permite entender a diversidade e interdependência das causas e determinar esses problemas e organizar soluções para eles, pois algumas organizações enfrentam problemas mais complexos do que outras.
No Brasil, o sistema turístico mais difundido e conhecido é o de Beni, que desenvolveu uma teoria inspirada na obra de Christofoletti. No exterior, o sistema turístico mais conhecido é Leiper. Sem dúvida, a teoria geral dos sistemas é a teoria mais utilizada nos estudos globais, e nela a maioria dos autores internacionais se baseiam nos estudos do turismo. Focaremos aqui nessa aula no modelo apresentado por Beni. 
De acordo com Beni (2001),

 "O Turismo, na linguagem da Teoria Geral de Sistema, deve ser considerado um sistema aberto que, conforme definido na estrutura dos sistemas, permite a identificação de suas características básicas, que se tornam os elementos do sistema " (BENI, 2001, pág. 44).

Ainda segundo Beni (2001) o diagrama que contextualiza o Sistema de Turismo (SisTur) permite visualizar três dimensões: as relações ambientais, a organização estrutural e as ações operacionais. 

O principal objetivo do SisTur é organizar o estudo da atividade de Turismo. Levando, nesse sentido: à identificação das características e à classificação dos fatores que determinam as motivações de viagens e escolhas de destino; a inventariação estruturada e sistêmica do potencial de recursos turísticos do território de exploração turística; dimensão da oferta existe ou projetada; qualificação da demanda; diagnosticar deficiências, pontos críticos da demanda e da oferta; planejar e executar o plano de marketing; analisar o significado econômico do turismo; organizar a atividade do turismo; etc.  


 Compreendendo a Teoria dos Sistemas Aplicados no Turismo 

Agora que você já conhece os principais conceitos da Teoria Geral de Sistemas, é preciso aprofundar o conhecimento, para isso é necessária a compreensão de como essa teoria é aplicada no Turismo. 
A ideia de sistemas refere-se a um conjunto de partes que formam um todo unitário e complexo, podendo ser físico ou concreto (como hardware, por exemplo) e conceitual ou abstrato (como ideias, emblemas, procedimentos, etc.). Esses componentes são elementos que interagem com todos os elementos presentes no meio. É importante ter colaboração no sistema. Um sistema ou conjunto de sistemas tem sinergia quando o resultado da interação de suas partes é maior que a simples soma de suas partes (MAXIMIANO, 1997, apud, CASTRO, 2010).
Para Lohmann e Panosso (2012) existem vantagens e durabilidade para estudar o turismo através da teoria dos sistemas, conforme pode ser visto na tabela 1:


Tabela 1- vantagens e proteção da teoria geral de sistemas 

Vantagens

Desvantagens

Pela criação de um modelo (desenho conceitual) tem-se a visão geral do "todo" do turismo

A separação do sistema turístico dos outros sistemas facilita o estudo, mas entretanto ocasiona uma visão fragmentada do objeto de estudo.

É possível separar o sistema de turismo em partes e estudá-los separadamente

É possível separar o sistema de turismo de outros sistemas sendo seu estudo facilitado dessa forma

Aí separar o turismo em sistema, deveria ser levado em conta que o turismo faz parte de um sistema maior, como o social, por exemplo.

Possibilidade de estudo interdisciplinar do turismo


Fonte: Adaptado de Lohmann e Panosso, 2012, pág 27


Beni (2001) debate que o SisTur é um sistema aberto que permite relação, dinâmica e trocas com o meio que o circunda. Por consequência é interdependente, e nunca auto suficiente. Esse sistema é composto por 3 conjuntos: Conjunto das relações ambientais; Conjunto da organização estrutural; Conjunto das ações operacionais. Esses conjuntos são formados por subsistemas que se relacionam entre si, e se relacionam com os demais conjuntos e com os subsistemas desses outros conjuntos. 
O Conjunto das relações ambientais (figura 1), por exemplo, inclui os subsistemas: ecológico, econômico, social e cultural, formando a dimensão do turismo.


Figura 1- Conjunto das relações ambientais 

Fonte: arquivo pessoal, foto tirada do livro Beni, 2001, pág 51


Nesse conjunto compreende-se como parte do ecológico a preocupação com o meio ambiente onde as relações turísticas ou onde a atividade será desenvolvida. Não apenas pensando na preservação do meio ambiente para tratá-lo como um recurso ou atrativo, mas também levando em consideração como o impacto ambiental pode contribuir para a qualidade da vida local. 
Já como subsistema econômico o desenvolvimento intersetorial provocado pelo Turismo, isso “em função do efeito multiplicador do investimento e dos fortes crescimentos da demanda interna e receptiva” (BENI, 2001, pág 65). O turismo gera um grande impacto econômico no destino. 
O subsistema social por sua vez compreende todos os aspectos relacionados ao desenvolvimento social causados pelas atividades turísticas. E o subsistema cultural por sua vez compreende os recursos culturais que podem ser preservados a partir da contribuição para a preservação dos valores e bens culturais de determinados locais através do desenvolvimento do turismo. 
O conjunto de organização estrutural inclui superestrutura e infraestrutura. Já o Conjunto de ações operacionais, compreende o subsistema de produção e consumo que comporá o mercado. Este conjunto interage com o conjunto das relações ambientais e com o conjunto da organização estrutural. 


A Aplicabilidade da Teoria Geral dos Sistemas no Turismo - O SISTUR de Beni

Conforme você viu nos blocos anteriores, o sistur (Sistur) é um sistema que nos permite a visualização, estudo e, por consequência, a possibilidade de planejamento e desenvolvimento da atividade de forma consciente e estratégica. Mas você deve estar se inflamando como é possível aplicar e utilizar na prática esse sistema. É o que veremos agora, para isso nós iremos entendê-lo por partes. 


Figura 2- Sistema de Turismo (SisTur) - Modelo Referencial

Fonte: Beni, 2001, pág. 48


Iniciamos pelo conjunto das relações ambientais do sistur (Figura 3). Beni (2001) indica que em tese a utilização dos recursos naturais de um determinado destino deveria ser constante, pois este é um subsistema fundamental onde ao redor dele todos os outros se aglomeram. Porém Beni (2001) também indica que o destino deve planejar-se de maneira que para cada degradação (pelo uso) uma força voltada utilizada para preservar e regenerar deve ser feita, de modo que este atrativo tenha sua durabilidade a longo prazo garantida. 

Figura 3- Conjunto das Relações Ambientais

Fonte: Beni, 2001, pág 65

Por exemplo, uma cidade localizada em uma zona costeira deve se preocupar com a preservação e limpeza de suas praias, trilhas, parques, cachoeiras e todos os seus recursos que formam os atrativos locais. Ou ainda, uma localidade onde tem uma comunidade ou povo originário deve se preocupar com a preservação da cultura local.  
No que diz respeito ao Conjunto da Organização Estrutural (Figura 4) existem dois subsistemas: O subsistema da Superestrutura e o subsistema da Infraestrutura. O subsistema da superestrutura refere-se a “uma organização complexa tanto pública quanto privada que permite harmonizar a produção e a venda de diferentes serviços do sistur” (Beni, 2001, pág. 99). Já no subsistema da infraestrutura fazem parte as principais classes de infraestrutura relacionadas ao sistema do turismo, mas que não necessariamente estão diretamente relacionadas, tais como serviços urbanos de limpeza e iluminação pública, transporte coletivo, abastecimento de água, saneamento básico, segurança. Além dos equipamentos e serviços do Turismo, ou ligados diretamente à atividade. 

Figura 4- Conjunto da Organização Estrutural

Fonte: Beni, 2001, pág 99

Figura 5- Conjunto das ações operacionais do turismo


Fonte: Beni, 2001, pág. 145

Já no Conjunto das ações operacionais do turismo (Figura 5) estão compreendidos subsistemas ligados diretamente às relações do mercado do turismo e como é distribuído na atividade com relação direta da oferta e demanda e produção e consumo das atividades turísticas.  




REFERÊNCIAS

BENI, Mário Carlos. Análise Estrutural do Turismo. 5°ed. - São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2001. 

CASTRO, Diana. Fundamentos do Turismo. v. 2 / Diana Castro, Rodrigo Fonseca
Tadini, Tânia Melquíades. – Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.

Lohmann, Guilherme; Panosso, Alexandre Netto. Teoria do Turismo: Conceitos, Modelos e Sistemas. São Paulo: Editora Aleph, 2012. 

PANOSSO NETTO, Alexandre. Filosofia do turismo: teoria e epistemologia. São Paulo: Aleph, 2005.


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Artigo Elaborado por: Jéssica Siqueira Luiz



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